sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Opositores defendem intervenção em Gravatá

Um dia após o Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE-PE) pedir intervenção estadual no município de Gravatá, os vereadores da bancada de oposição classificaram como justa a decisão da corte. O prefeito Bruno Martiniano (sem partido), além das irregularidades apontadas no parecer do tribunal, enfrenta denúncias no Ministério Público Federal e na Polícia Federal, além de investigação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara de Vereadores do Município.
“A decisão foi justa e deveria ter sido tomada há muito tempo, já fizemos outras denúncias antes e a impressão é de que o prefeito já assumiu, desde seu primeiro dia, com intenção de agir de má-fé, nunca fez nada de positivo para a cidade e para a população”, criticou a vereadora Sônia Maria (PP). Questionada sobre a CPI instaurada na última terça-feira, a legisladora confirmou que a Câmara já havia tomado uma posição semelhante. “Nós já tivemos uma CPI instaurada, mas ela foi arquivada”, lamentou.
O presidente da Câmara, Pedro Martiniano (PRB), irmão do prefeito de Gravatá, também sofre denúncias de irregularidades. A oposição acusa o legislador de ter nomeado os membros da comissão através de sorteio. A nova CPI, segundo a vereadora, é composta apenas por membros da bancada governista. Formada pelos vereadores João Paulo (PDT), Léo Giestosa (PTC) e Régis da Compesa (sem partido), o grupo terá um prazo máximo de 90 dias para reunir provas e dar andamento aos procedimentos de investigação.
Indagada sobre a melhor opção para assumir o papel de interventor na cidade, Sônia afirmou que “o governador terá excelentes nomes à disposição”. “Nesse primeiro momento, o ideal é que assuma alguém de fora do círculo político de Gravatá para que o gestor tenha um melhor entendimento da situação e possa de fato organizar o município”, avaliou.
O parecer do Tribunal de Contas do Estado já foi recebido pelo Ministério Público do Estado de Pernambuco e está sob análise no Gabinete do procurador-geral de Justiça, Carlos Guerra, sem data pré-definida para o posicionamento da instituição. Caso o chefe do Ministério Público do Estado valide os termos da representação do órgão de contas, Bruno Martiniano será afastado do Executivo municipal pela Corte Especial do Tribunal de Justiça.

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