terça-feira, 25 de março de 2014

Empresa vende acarajé congelado em mercados e fatura R$ 200 mil por mês


Criada em 2009, a empresa H20 Alimentos, de Salvador (BA), produz acarajés congelados para venda em supermercados; na embalagem, o produto vem acompanhando de vatapá (creme feito com pão molhado, gengibre, pimenta-malagueta, amendoim, castanha de caju, leite de coco e azeite de dendê), camarão e molho de pimenta para o recheio.
As constantes encomendas de acarajé -salgado feito de feijão fradinho moído, cebola, alho e gengibre, frito no azeite de dendê- que os amigos faziam ao baiano Ubiratan Sales, 53, durante suas viagens a negócio para outros Estados, fez o empresário investir na comercialização do quitute congelado para supermercados.
Ele criou a H20 Alimentos, em 2009, e, atualmente, vende o produto nas lojas das redes Sam's Club, em todo o Brasil, e Perini, com maior presença na Bahia. Por mês, a empresa produz, em média, 90 mil unidades do salgado e fatura R$ 200 mil, segundo o empresário.
O acarajé é vendido em embalagens com nove ou 30 unidades, acompanhado de vatapá (creme feito com pão molhado, gengibre, pimenta-malagueta, amendoim, castanha de caju, leite de coco e azeite de dendê), camarão e molho de pimenta em saquinhos fechados a vácuo.
O preço para o consumidor é de R$ 25, a embalagem menor, e R$ 75, a maior. Há, ainda, a opção de comprar uma embalagem com 500 g, sem acompanhamentos, também por R$ 25. Sales, no entanto, não informa o valor que cobra dos supermercados pelo produto.
A empresa também vende o acarajé sem acompanhamentos para bares, restaurantes e hotéis em caixas com 400 unidades por R$ 400.
A fábrica também comercializa o abará congelado (acarajé cozido envolto em uma folha de bananeira). As embalagens vêm com sete e 20 unidades do produto e custam o mesmo que o pacote do acarajé.
Um grupo de baianas de Salvador (BA), conhecido como Baianas de Acarajé, e o Sebrae criaram um cardápio em três idiomas para explicar aos turistas estrangeiros o que é o quitute; na parte da frente está a descrição dos ingredientes em português e, no verso, em inglês e espanhol; a expectativa é que todas as vendedoras do estado (aproximadamente 2.000) recebam o material até a Copa do Mundo.
Empresário investiu R$ 150 mil no negócio
Sales diz que precisou de um capital inicial de R$ 150 mil para abrir a fábrica. Segundo ele, na época em que teve a ideia de começar seu próprio negócio, trabalhava como gerente comercial de uma empresa de alimentos congelados.
"Precisava viajar muito, principalmente para Rio de Janeiro e São Paulo, e meus amigos sempre me pediam para levar alguns acarajés para eles experimentarem", afirma.
Sales diz que não conseguia atender aos pedidos dos amigos porque não havia como transportar o acarajé comprado de baianas na rua sem que o produto perdesse sabor e consistência. Foi aí que nasceu a ideia de produzir o quitute congelado para que ele chegasse a outras regiões sem perder qualidade.
"Pedi ajuda para uma nutricionista e para um engenheiro de alimentos. Levamos oito meses até chegar a uma receita que preservasse as características do produto", declara.
O empresário diz, ainda, que a empresa tem dois quiosques para venda do acarajé preparado na hora ou para viagem (em uma caixa de isopor) nos aeroportos de Salvador e Porto Seguro, ambos na Bahia.
O molho de pimenta que experimentou durante as férias com a família no Chile foi o empurrão para o empreendedor Léo Spigariol, 34, abrir o negócio próprio; foram dois anos de estudos até a De Cabrón, marca de molho de pimentas gourmet, entrar para o mercado; hoje, a empresa consome, em média, três toneladas de pimenta por mês, o que gera cerca de 20 mil frascos de molho.
Produto é famoso, mas pode ter baixa aceitação fora do Nordeste
Para o professor do MBA da FIA (Fundação Instituto de Administração) Alexssandro Mello, por ser tipicamente brasileiro e nacionalmente conhecido, o acarajé desperta o interesse de consumo por parte do público que não tem a chance de ir frequentemente à Bahia.
No entanto, em algumas regiões fora do Nordeste, a aceitação pode não ser tão alta, pois o produto será encontrado fora de seu contexto. "O acarajé é um produto regional conhecido por ser preparado pelas baianas na rua. No supermercado ele pode não ser tão atrativo para o público", diz.
Além disso, o professor afirma que a distribuição do produto para todo o país necessita de planejamento de logística.
"O transporte da mercadoria para regiões distantes não pode encarecê-la a ponto de o consumidor desistir da compra e, principalmente, a temperatura precisa estar adequada para preservar a qualidade do acarajé."

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