domingo, 16 de fevereiro de 2014

PESQUISAS APONTAM 22 POR CENTO APLOVAM OU FLERTAM COM A BARBÁRIE,POR QUE?



 Um bando de justiceiros só agride e assassina porque sabe que seu desprezo por certos seres humanos é compartilhado. A turma do ‘mata e esfola’ se sente implicitamente autorizada a matar e esfolar. A autorização chega de toda parte: o comerciante que encomenda a morte do pivete incômodo, o PM que fecha os olhos para a repressão clandestina por achar que a legal é insuficiente, o cidadão que acha que bandido tem que morrer mesmo para que ele possa desfrutar do seu patrimônio sossegado…
O Datafolha foi às ruas do Rio de Janeiro para saber o que o carioca acha de justiceiros como os que agem no bairro do Flamengo —aqueles que pegaram um jovem suspeito de praticar roubos, espancaram-no, deixaram-no nu, arrancaram-lhe um pedaço da orelha e prenderam-no a um poste pelo pescoço com uma tranca de bicicleta. A maioria (79%)reprovou a ação do grupo. Bom, muito bom, ótimo. Mas há 17% que aprovaram e 5% que não responderam. Juntando-se os que autorizam explicitamente a barbárie aos cúmplices silenciosos da prática chega-se ao índice de 22%.
Repetindo: 22% dos cariocas concedem ao grupo bem-nascido do Flamengo, composto por jovens de classe média, procuração para praticar atos bárbaros contra supostos delinquentes. O apoio é expressivo entre os cariocas mais escolarizados (20%) e endinheirados (24%). Curioso, muito curioso, curiosíssimo. Por quê? Simples. Para essa gente, um pedaço da população é lixo. Ou por outra: é sub-lixo. Sim, porque o lixo ainda pode ser reciclado.

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