SEM FAVORECIMENTOSTAMBEM NO MENSALÃO TUCANO

O que o PT sempre temeu — o desfecho do julgamento de seus mensaleiros em ano eleitoral — o PSDB terá de enfrentar. Na semana retrasada, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enfim remeteu ao Supremo Tribunal Federal seu parecer sobre o mensalão tucano. Como esperado, o Ministério Público Federal manteve o necessário rigor observado no processo de petistas e aliados, e propôs a condenação do principal acusado no processo do mensalão mineiro, o deputado Eduardo Azeredo (PSDB-MG), a 22 anos de prisão, devido aos crimes de peculato — roubo de dinheiro público — e lavagem de dinheiro. O julgamento, a ser feito a partir do voto do relator, ministro Luís Roberto Barroso, será bem mais curto, porque, ao contrário dos 40 réus do mensalão petista, desta vez são apenas dois: Azeredo e o senador Clésio Andrade (PMDB-MG). Por ter completado 70 anos, o ex-ministro Walfrido Mares Guia (PSB-MG), arrolado no processo, se livrou do julgamento. O mesmo ocorrerá em abril com Cláudio Mourão. Os dois foram tesoureiros do então governador mineiro Eduardo Azeredo, na campanha pela reeleição, em 1998, quando os crimes foram cometidos, de acordo com a denúncia. Azeredo perdeu a eleição e ganhou o processo.