quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Pernambuco registra 21 mortes por chumbinho em oito meses

Mortes por chumbinho em 2015 já superaram o número total de 2014; aparência do chumbinho lembra granulado de chocolate (Foto: Reprodução / TV Globo)
Apenas nos oito primeiros meses deste ano, Pernambuco registrou 21 mortes por chumbinho, número superior aos 18 óbitos registrados ao longo de todo o ano de 2014. Os números foram divulgados pela Secretaria de Saúde nesta quarta-feira (16). O Centro de Assistência Toxicológica de Pernambuco (Ceatox-PE) alerta que o produto não é eficaz para controle de roedores e é perigoso para seres humanos, podendo causar óbito em poucas horas.
A aparência do chumbinho é semelhante à de um granulado de chocolate. É um agrotóxico, mas muito usado para matar ratos, e costuma ser vendido, de forma clandestina, em lojas do comércio. A venda do produto como raticida é considerada atividade ilícita e criminosa.
Como o produto é ilegal, fica difícil saber qual dos componentes causou a intoxicação. A comercialização do agrotóxico Aldicarb, um dos principais insumos do chuminho, foi proibida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 2012. Naquele ano, o Aldicarb causou 60% dos oito mil casos de intoxicação por chumbinho no Brasil.
Como a venda do chumbinho é proibida, a orientação para a população é comprar outro produto, um raticida autorizado, que é vendido nos supermercados. A população também deve denunciar os órgãos competentes caso saiba de pontos de venda e jamais deve usá-lo como raticida.
O chumbinho causa danos aos sistemas nervoso, respiratório, cardiovascular e digestivo. Após a ingestão, os batimentos cardíacos diminuem e o paciente sente dor abdominal, distúrbios neurológicos e dificuldade de respirar. A contaminação pode ocorrer após respiração ou contato com a pele.
O Ceatox orienta que, em caso de ingestão de chumbinho, não se deve tomar água nem leite, mas levar a pessoa direto para o hospital. Antes mesmo do transporte chegar é preciso deixar as vias aéreas do paciente livres e ter cuidado para ele não se machucar durante as convulsões que podem ocorrer. O Ceatox pode orientar a unidade de saúde sobre as melhores formas de tratamento.
O contato do centro de assistência é o 0800.722.6001.

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