terça-feira, 28 de julho de 2015

FIM DO RECESSO PAUTA COM BOMBA AMEAÇA O SEMESTRE

A uma semana do fim do recesso parlamentar, o Congresso Nacional se prepara para encarar um semestre repleto de matérias polêmicas. Com a ida do presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha (PMDB), para o campo da oposição, o Governo Dilma (PT) poderá ter ainda mais dificuldades para aprovar as matérias de seu interesse. No entanto, apesar de articular a tramitação e uma série de “pautas-bomba”, o peemedebista deverá voltar mais enfraquecido, após ter sido incluído no hall de investigados da Lava Jato.

Desde que foi acusado de cobrar propinas para viabilizar contratos com a Petrobras, Eduardo Cunha resolveu radicalizar o discurso contra o governo. Ao se declarar oposicionista, autorizou a criação das CPIs do BNDES e dos Fundos de Pensão e despachou 12 pedidos de impeachment contra a presidente Dilma. Já no início de agosto, ele também espera colocar em votação as prestações de contas do governo e 22 vetos presidenciais, que possuem grande impacto econômico.
Porém, o peemedebista poderá encontrar resistências para impor sua agenda, inclusive dentro da própria bancada de oposição. Segundo o deputado federal Betinho Gomes (PSDB), que foi indicado para integrar a CPI do BNDES, a nova postura de Eduardo Cunha não significa, necessariamente, que ele terá o suporte que deseja. “Temos que avaliar estas pautas com cuidado. Tendo em vista que o governo esta fragilizado e passa por dificuldades, não podemos tomar atitudes irresponsáveis. Devemos ter cautela para não cometer insanidades e prejudicar o país. Vamos trabalhar para encontrar esse equilíbrio”, ponderou.
Na visão do tucano, Cunha enveredou para a oposição por conta das circunstâncias. “Não o apoiamos para presidente da Câmara. Ele tomou esta atitude somente porque foi forçado. Agora, que está fragilizado, resolveu ir para a guerra, mas não porque deixou de acreditar no governo ou por convicção política”, disse.
De acordo com o vice-líder do governo, deputado Sílvio Costa (PSC), o Congresso, como um todo, começa a compreender a necessidade de pensar coletivamente uma saída para a crise econômica atual. Por isso, na sua opinião, os parlamentares deverão atuar com mais responsabilidade. “Não podemos permitir que essas pautas, que eu chamo de ‘agenda da demagogia’, tenham êxito. Neste momento, o país vive uma situação delicada e precisamos sentar à mesa para encarar a realidade. Eduardo Cunha vai sentir isso. Ele está fora do eixo e desidratou bastante durante o recesso. Perdeu apoios e vai chegar fragilizado”, explicou.

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