quinta-feira, 23 de julho de 2015

Polícia conclui inquérito que investia estupro em comunidade de Paulista

A Polícia Civil de Pernambuco remeterá à Justiça nesta quinta-feira (23) o inquérito que investigou casos de estupro dentro de convívio familiar em uma comunidade do município de Paulista, na Região Metropolitana do Recife (RMR). As vítimas são duas adolescentes, irmãs gêmeas, de 17 anos, que alegaram aos investigadores que sofreram abusos do padrasto desde a pré-adolescência e mantinham o silêncio para sobreviver devido as constantes ameaças de morte.
O agressor, um pintor de 55 anos, foi detido na última terça-feira (21) em sua residência por meio de um mandado de prisão preventiva. Segundo a polícia, além de abusar das enteadas, o homem também é suspeito de estuprar outra mulher em 2004, o que será investigado em um inquérito instaurado ontem. O delegado responsável pelas investigações, Antônio de Campos, informou que com base nos depoimentos das vítimas, os abusos ocorriam há oito anos sempre "as sombras" da mãe das adolescentes que mantinha um relacionamento com o agressor há 12 anos.
"Tivemos ciência do caso quando a mãe das vítimas nos procurou. Diante das ameaças o estopim se deu quando uma das adolescentes resolveu passar um dia fora de casa e, quando foi retornou resolveu confessar os abusos a uma amiga da família. Daí iniciamos as investigações com o depoimento das vítimas", comentou o titular da 1ª Delegacia de Polícia de Crimes Contra Criança e Adolescente e Atos Infracionais de Paulista (DPCCAI), acrescentando que aguarda o resultado do laudo sexológico realizado pelo Instituto de Medicina Legal (IML) nas adolescentes.
O investigador deu detalhes da dinâmica dos abusos cometidos pelo suspeito. "Segundo elas (vítimas) os assédios começaram em 2007, quando a mais nova, em questão de 'cinco minutos' foi a primeira a sofrer os abusos. Os assédios a ela perduraram cerca de um ano e meio. Em seguida a sua irmã também começou a ser abusada, mas desta vez as violações se prolongaram até os dias de hoje. A mãe não sabia de nada, pois ele (suspeito) ameaçava as garotas de morte caso contassem o que acontecia", relatou o titular da 1ª Delegacia de Polícia de Crimes Contra Criança e Adolescente e Atos Infracionais de Paulista (DPCCAI).
Durante o decorrer das investigações a polícia identificou que entre as intimidações do suspeito as vítimas, o caso de Maria Alice Seabra, 19 anos - que foi sequestrada, estuprada e assassinada pelo padrasto, Gildo Xavier, 35 anos, no mês passado - foi utilizado como exemplo para ameaçar uma das adolescentes. "A vítima contou a amiga da família que o agressor a ameaçou de fazer com ela o que viu na reportagem da TV em relação 'a garota que foi encontrada morta com a mão decepada' caso contasse a mãe sobre os abusos que sofria", relatou Antônio de Campos.
"Além disso, durante o decorrer do inquérito identificamos uma terceira vítima do suspeito que é a irmã de criação de sua esposa. A mulher que hoje tem 25 anos nos contou que foi estuprada em 2004, quando tinha apenas 14 anos, mas isso será apurado nos próximos dias", complementou o delegado.
Após ser detido, o suspeito foi indiciado por estupro de vulnerável que prevê pena de oito a 15 anos de reclusão. Ele foi conduzido para o Centro de Observação Criminológica e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima, onde ficará à disposição da Justiça.
Estatística

Segundo levantamento realizado pela Secretaria de Defesa Social (SDS) foram registrados de janeiro a junho deste ano 640 ocorrências de estupro de vulnerável no Estado contra 786 casos no mesmo período do ano passado. Em 2014, a pasta contabilizou 1.560 ocorrências dessa modalidade contra 1.782 em 2013.

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