terça-feira, 16 de junho de 2015

O JURGAMENTOS DOS ACUSADOS DE JOGARES UMA PRIVADA EM TORCEDOR

Mais do que um simples julgamento, nesta terça feira será um dia histórico para o combate à violência no futebol pernambucano. A impunidade está com os dias contados. No banco dos réus, Everton Filipe Santiago Santana, Luiz Cabral de Araújo Neto e Waldir Pessoa Firmo Júnior. O trio é acusado de atirar o vaso sanitário das arquibancadas do estádio do Arruda que matou o torcedor Paulo Ricardo Gomes da Silva, no dia 2 de maio do ano passado. Na ocasião, o crime aconteceu após a partida entre Santa Cruz e Paraná, pela Série B. Além do homicídio, que já possui dois elementos qualificadores (motivo fútil e sem chance de defesa para a vítima), os indiciados responderão por três tentativas de assassinato, já que os estilhaços do objeto arremessado acabaram ferindo outras pessoas. A sessão terá início às 9h, no Fórum Rodolfo Aureliano, no Joana Bezerra. De acordo com a previsão dos advogados, o veredito só deve ser anunciado na quarta-feira, já que é considerado um caso complexo. Somente pela morte de Paulo Ricardo, os julgados poderão pegar de 12 a 30 anos.
A linha montada pela defesa tentará convencer os sete jurados envolvidos de que não houve dolo (intenção de matar), que o vaso sanitário foi arremessado aleatoriamente, não com o intuito de atingir alguém. Por mais absurda que pareça a ideia, é nessa tese que os defensores do trio tentarão amenizar a pena, já que a absolvição é considerada bastante improvável. “A nossa linha será essa. Eles jogaram o vaso de forma aleatória na rua, não se pode afirmar que eles tiveram a intenção de matar Paulo Ricardo. Isso tornaria o crime culposo, não doloso, como vem sendo tratado”, disse Adelson José, advogado de Éverton Filipe, conhecido como Ronaldinho. Defensor de Waldir Firmo, Jurandir Alves admite que o abatimento dos três vem dando lugar ao nervosismo, ansiedade e até mesmo alívio para que a decisão saia logo. “Todos estão tristes e arrependidos, mas agora a vontade é que isso tudo termine logo”, comentou.
Do outro lado, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE), que faz parte da acusação, não tem nenhuma dúvida sobre a culpabilidade do trio e intenção de ferir os torcedores rivais. O promotor que ofereceu a denúncia, Roberto Brainer, explicou que não necessariamente os três serão apenados de forma idêntica. “As provas são irrefutáveis. Apenas alguns detalhes devem ser definidos, como quem arrancou e quem jogou de fato o vaso. Neste caso, quem arremessou pode pegar mais anos na sentença, por exemplo. Mas isso vai depender das interpretações dos jurados”, disse Brainer, ressaltando que quem decide o destino dos acusados são os sete jurados, não o juiz Jorge Luiz dos Santos Henriques, da 2ª Vara do Tribunal do Júri, responsável por comandar o processo.
TRISTEZA – Inconformados com a morte do filho, os pais de Paulo Ricardo informaram que não estarão presentes amanhã, no Fórum Rodolfo Aureliano. Ambos explicaram que não possuem equilíbrio emocional para enfrentar a situação. Com uma ponte de safena colocada em 2012, José Paulo Gomes da Silva afirmou estar ansioso pela condenação dos acusados, mas que isso “não trará (de volta) Paulo Ricardo de volta”. Sofrendo de pressão alta, Joelma Valdevino, mãe, não quis sequer conceder entrevista à Imprensa.

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